quinta-feira, 11 de março de 2010

Um 24-7 para chamar de seu.

Estamos no terceiro 24-7 / Alfa e Ômega no Rio de Janeiro. Tendo tido a oportunidade de participar de todos os outros e de conhecer mais profundamente a visão do movimento de oração, uma questão vinha me incomodando: Depois de dois anos trabalhando juntos aprendemos que oração é muito mais do que listas, pedidos e rodas de cadeiras plásticas. Descobrimos que podemos orar através da arte, da poesia, da música, da comunhão e de inumeráveis maneiras. Porém, o quanto desse aprendizado e descoberta temos realmente levado para o nosso dia-a-dia? Acabado o 24-7 continuamos orando de forma tão livre? Ou, em uma perspectiva ainda mais assustadora, continuamos orando?

Em toda a divulgação temos dito que o 24-7 não é um evento, mas sim um estilo de vida. Este é nosso ideal, para isso que trabalhamos. Porém nos anos anteriores, nós, da equipe de ambientação, deixamos transparecer justamente o contrário. Os painéis pendurados na parede, os tecidos esvoaçantes, as teias e redes de oração, tudo apontava para o entendimento de que eram aparatos montados especialmente para oração - o que é muito bom - mas que duravam apenas uma semana e que pertenciam somente ao ambiente do 24-7, não às casas ou à rotina de cada participante. Como podíamos então pedir que essas orações fossem retomadas em casa se o próprio ambiente sobre o qual elas foram geradas não podia ser reproduzido?

Este ano mudamos. Quem esteve presente em outras edições irá perceber e, provavelmente, sentir falta do modelo antigo. Nada de malabarismos visuais, nada de ambientes que pareciam ter sido tirados do filme Hair. Este ano retransformamos a Casa Verde em uma casa. Lá você irá encontrar uma cama como a sua, uma escrivaninha, um sofá, uma cortina, e até mesmo um cavalete como o seu - quem sabe, eu tenho um cavalete em casa - e irá orar sobre eles. Você irá encontrar velas dentro de copos e um símbolo do 24-7 formado por colheres. Irá encontrar pedidos de oração pendurados por pregadores de roupas em um varal. Você ainda poderá pintar, escrever, tocar - os "acessórios" para isso estão todos lá - mas não precisará de um ambiente especial para isso.

Nosso sincero desejo é que você vá e tenha o melhor 24-7 da sua vida. O mais criativo, o mais intenso, o mais sereno, o mais livre, o com mais comunhão. Mas que ao voltar para casa e olhar para o copo, a colher, a cama, a mesa, você lembre que é importante orar com liberdade e criatividade. Porém é essencial orar sem cessar.

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Respondendo à pergunta proposta no primeiro parágrafo devo dizer que eu era um dos que não estava orando no dia-a-dia. Mesmo tendo passado os dois primeiros dias do 24-7 dentro da Casa Verde, fiquei muito mais correndo de um lado para o outro para ajeitar os elementos da ambientação do que orando. Parecia que havia me esquecido de como é orar e tudo que vinha à minha cabeça era um peso de responsabilidade. Na manhã de terça, cansado, me deitei debaixo da janela. A cortina voando sobre mim, as palavras balbuciadas e o som do violão ao fundo encheram meu coração de paz. As palavras - que em outras tentativas de oração pareciam tão difíceis - fluiram naturalmente, como um rio que corre sereno. Lembrei que oração não é peso, não é dura - na maioria das vezes - e, acima de tudo, não é uma obrigação. É o prazer de estarmos com quem mais amamos - e que mais nos ama - enchendo nosso coração de paz e de ternura. Orei então para que todos descobrissem e lembrassem disso 24-7-365.

Augusto Erthal - Design - UFRJ

Um comentário:

Mariana disse...

Hmm:) Gostei muito do formato "estilo casa". Acho sim que o ambiente pode interferir na durabilidade dos sentimentos-descobertas-aprendizados feitos nessa semana especial.
Que vcs provem de singelas e profundas experiências A PARTIR desse tempo e estendidas ao ambiente diário pós 24/7!