Por Robson Wellington
Você já passou por um deserto espiritual? Eu já e várias vezes. O último deles foi justamente no período que antecedeu o 24-7. Estar envolvido com a organização desse evento foi o maná e as codornizes providas por Deus para minha vida nesse tempo de sequidão. Foram muitos e-mails de divulgação, né? Mas contrariando o que muitos pensaram as mensagens não foram escritas por um cara de oração, e sim por um cara que escrevia uma expressiva declaração e motivação para o seu próprio coração. Eu precisava orar! E contrariando também a nossa máxima de que "orar é falar com Deus", eu estava começando a entender que não era bem assim. Estava farto do meu discurso verborrágico. Sempre prolixo, repetitivo, metódico, religioso, vazio, frio... A minha personalista e ativista oração para alívio da minha consciência religiosa não era água pra saciar a minha sede, era areia no deserto, mais do mesmo. Orar devia ser mais do que apenas falar com Deus. Estava patente que o porquê falar, o quando falar, o que falar e o como falar faziam toda a diferença.
Estou lendo o livro Ortodoxia onde Chesterton disse que: "Se a nossa fé fizer algum comentário sobre governo, o comentário deve ser o seguinte: que deveria governar quem não achasse que pode fazê-lo (...) Se o grande paradoxo do cristianismo significa alguma coisa, é isto: que devemos tomar a coroa nas mãos e sair procurando em lugares áridos e cantos sombrios da terra até encontrar aquele homem inadequado para usá-la". Isso fez muito sentido pra mim. Uma das relações que fiz foi justamente com a questão da oração. Logo: deveria orar quem não achasse que pode fazê-la. Essa informação representou pra mim ao mesmo tempo alívio e desafio. E foi assim que caminhei rumo ao 24-7. Na oficina de oração e preparação para o 24-7 as rodas da visão de Ezequiel 1 desfilaram na minha frente me ensinando uma grande lição: elas sempre seguiam os seres viventes (e eles o Espírito). Relacionei essa passagem com o conselho de Paulo aos efésios: "Orem no Espírito em todas as ocasiões". Paulo fez uma diferenciação interessante entre orações quando falou aos coríntios "orarei com o espírito, mas também orarei com entendimento". Concluí que minha oração tinha muito "entendimento" e pouco "espírito". Eu deveria aprender o segredo com aquelas rodas. Mesmo no deserto eu sonhei (na verdade eu sempre sonho, meu otimismo em relação ao futuro é que me leva até a minha Canaã após percorrer meus desertos). Sonhei em ir além do falar com Deus, sonhei com água, expressão viva, conexão, relacionamento, intimidade. Sonhei em orar no Espírito em todo tempo. Sonhei com a união de uma geração, com uma mobilização de oração, sonhei com mudança. Sonhei com 24-7.
Pelos posts desse blog vocês viram que o sonho virou realidade. A geração se uniu (vocês realmente impactaram a minha vida!), a oração foi mobilizada (e adeus a velha oração!), a maré foi mudada (até literalmente mesmo, basta ver os jornais da cidade no período). Aliviei minha saudade de Deus, de Sua presença, de Sua santidade, bebi água. Como eu cresci e fui ministrado nesse tempo! Ouvi a simples, singela e profunda verdade que preciso orar no Espírito em todo o tempo. Aprendi que devo ir além da cruz, por Jesus posso ir até o Pai, e como Jesus devo viver, sem fazer e falar nada por si mesmo, mas só aquilo que ouviu e viu o Pai fazer. Oração é conversa, é diálogo, e isso implica que orar é também se calar para ouvir. Ouvir o coração do Pai para orar pela Sua vontade. Entendi definitivamente que: "o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar". Novamente, um grande alívio mas também um grande desafio. Alívio sobre a pressão da religião e o desafio de viver de maneira digna do direito que recebi de ser chamado filho de Deus, semelhante a Jesus em caráter e habilidades, mudando a história, sendo resposta para a grande expectativa da criação. Enfim, fui renovado! Eu jamais serei o mesmo (oro para que nossos movimentos também não sejam). No deserto ou em Canaã, quero me inclinar ao coração do Pai e continuar sonhando. Saio daqui determinado a levar comigo essa atmosfera impregnada de Deus para minha vivência cotidiana. Saio daqui para orar e viver no Espírito 24-7, ou melhor 24-365.
Como eu costumo dizer: Até o avivamento!
segunda-feira, 28 de abril de 2008
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